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sábado, 10 de dezembro de 2011

RÁDIO COMUNITÁRIO

O POVO NO AR
       Desde que Edgard Roquete Pinto colocou no ar, em 1923, a primeira emissora de rádio comercial do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro ( embora um grupo de radiotelegrafistas tenha fundado a Rádio Clube de Pernambuco em 1919), o rádio brasileiro foi sempre um reduto de poucos, cada vez mais voltado para o lucro como empresa do que para a prestação de serviço como concessão pública. Chegou a ser moeda de troca na ampliação do mandato do Presidente José Sarney.

           Até pouco tempo as concessões saiam com mais facilidade para políticos amigos do governo e para a oligarquia estabelecida. Com o crescimento da indústria fonográfica, surgiu um concluiu natural entre o rádio e as gravadoras, instalando-se no país o popular "jabá", pelo qual as gravadoras manipulam a programação musical das emissoras em função de seus interesses comerciais e não apenas do gosto dos ouvintes ou das culturas regionais.
         Na verdade a linguagem uniforme do rádio e sua subserviência ao poder concedente, o Estado, acabava alijando da programação as manifestações culturais das diferentes regiões do país, além de afastar a participação popular, de forma alienante e intolerável.
        Mas, a partir da década de 80, inspirada na rebeldia dos jovens ingleses que também protestaram contra o oficialismo conservador das emissoras de seu país instalando emissoras clandestinas que operavam em navios – daí o nome Rádio Pirata, porque emitiam sinais do mar para a terra - aproximadamente 20 projetos pioneiros de emissoras populares surgiram no Brasil. Eram transmissões esporádicas que tocavam a música do povo e falavam de temas de interesse popular.


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